15 de agosto de 2011

Dentro do Coração. até para sempre Emmeline


Porque talvez a sombra que nos sufoca durante o dia, naquelas ruas que não sabemos como fomos lá parar, talvez esse lado negro sobre nós tenha de surgir. Tenha de ficar. Não para sempre, mas até ao momento onde nos dermos ao bem, à simplicidade harmoniosa, tanto que quem sabe utópica, que é o amor. Darmo-nos a alguém, deixá-la viver na nossa vida e no nosso caminho. É quando um beijo não basta, e as nossas palavras já são demais. Os corpos precisam se, e a minha sanidade mental mais do que nunca precisa de degraus seguros, de viagens relaxadas e de caminhos sem turbulência. Preciso de deixar a Raquel, de deixar a Claire, preciso que a Emmeline pare de camuflar as suas histórias com histórias de ninguém, histórias que saem dos meus dedos com receitas do meu coração. Preciso de parar, preciso de deixar um mundo tão grande que todos os dias me acolhe. Preciso de me limitar, de me impor, de não voar para onde surge caminho mais simples. Preciso de ser eu sozinha. De lutar, de dizer coisas ao coração vindas do coração. Preciso de ouvi-las, também. Aliás, preciso de viver dessa melodia. De juntar os pedaços do meu coração, de junta-los porque a vida merece-me. Porque o tempo não foi feito único e exclusivamente para mim. Não foi feito para me esperar num banco de jardim, até às horas em que eu quisesse ficar fora de mim, fora dos meus passos, que nem cinderela sem regressar ao castelo. Preciso de parar de pensar nos outros e no que eles esperam de mim. Preciso de sair da zona de conforto, e encontrar-me com as paredes duras. Ou talvez o chão. Mergulhar sem medo. Voltar com vida.

25 comentários:

Lipincot Surley disse...

Força e coragem, parece-me ser preciso! Pareceu-me íntimo*

♥ marta. disse...

estou sem... palavras. és deslumbrante. és capaz

Sílvia Macedo disse...

A Claire e a Raquel nao sao nada mais nada menos que tu. Quando elas nos falam para o coraçao, sabemos que é a nossa Lui a falar-nos baixinho a chamar-nos à razao e a fazer com que mergulhemos nas suas doces palavras. Precisamos da Lui, sempre. aqui.

Anônimo disse...

que delicia Luísa *

Anônimo disse...

tenho-me deixado um bocado do blog porque o tempo é escasso. mas quando venho cá delicio-me a ler estas coisas todas *

mary disse...

é sim. como se a nossa obrigação fosse ficar no mesmo sitio, ou então fosse simplesmente esperar eternamente pela mesma pessoa. às vezes parece tão estupido desistir, mas é tão mais fácil..
este texto.. oh emmeline. sabes. maravilhoso

Rita Q. disse...

está tão perfeito este texto, e quanto eu o percebo. "Preciso de parar de pensar nos outros e no que eles esperam de mim. Preciso de sair da zona de conforto, e encontrar-me com as paredes duras. Ou talvez o chão. Mergulhar sem medo. Voltar com vida." - tudo, tudo.

Mariana disse...

Tu escreves lindamente. Maravilhoso!

Janete disse...

é dificil ter confiança própria

Maria disse...

E agora apetecia-me dar-te uma chapada por achares que tens de largar aquilo que te torna tão mais bonita, tão melhor, tão maior que tudo neste mundo de cacos de vidro e bofetadas sentimentais.

Janete disse...

acredita que sei bem que sim, e é por isso que não me sinto feliz a cem por cento. não me sinto com os pés bem acentes na terra.

Maria disse...

Só quero que te lembres que não há nada melhor do que ficar quando tudo nos parece empurrar para bem longe.

Maria disse...

Temos sempre esta necessidade louca de sentir que precisam de nós cá, de sentir que somos importantes e que se formos embora vão morrer um bocadinho, não é? Promete-me que não te esqueces de gostar de ti, de te amar como se não houvesse mais nada neste mundo. É que não gosto nada quando trancas a Luisinha nessa gaiola, sabes? A garganta chega a arder.

Maria disse...

Para a próxima que te vir magoar a Luisinha, a minha bailarina feita de algodão, zango-me a sério!

joana disse...

tu sim,fazes-me cintilar. somos parecidas e acho que tomaste a decisão certa. apesar de que todas essas "personagens" tinham um bocadinho teu. não?

Janete disse...

um dia gostava de ter uma agradavel conversa contigo.

Rita Q. disse...

muita força, em, sim? <3
e o teu blogue está a maior riqueza, como tu :3

Janete disse...

é quando quiseres e tiveres um tempinho :)

joana disse...

do blogger? fico com pena,muita muita pena. por favor,não apagues. começa de novo :)

joana disse...

e o texto e bem verdadeiro,o meu. nada ficcional

Anônimo disse...

és sempre tão linda no que escreves!

Anônimo disse...

Quero a minha grande e verdadeira personagem sempre aqui*

jo disse...

escreves duma maneira tão linda e tão pura... adoro ler-te

Antes Prefiro disse...

"Mergulhar sem medo. Voltar com vida." duas frases que resumem a minha vida nos últimos dois anos. gostei tanto deste teu texto... e encontro-me nas tuas palavras.

p.s. excelente selecção musical! :)

mary disse...

se dói!