4 de junho de 2014

Saudades. Afinal... tristes?

Que saudades... que saudades tristes. Podiam as saudades ser todas boas, e todos éramos mais felizes. Neste caso em concreto, saudades tristes de um lugar que já foi tão contente e que me é tanto. Saudades das tristes por parecer que falo de algo que pouco provavelmente irei novamente viver com tanta intensidade. Cheguei a entregar-me a este lugar, e parte de mim está por aqui gravada... Saudades. Saudades de chegar a casa e escrever, escrever, escrever... sem parar, sem apagar e sem hesitar. Tudo fluía e tudo se ligava perfeito, como conexões feitas à medida. Hoje nem tudo é assim. E bem, se pararmos para pensar nós acabamos por mudar, por muito que achemos que vamos ser para sempre as pessoas que éramos no secundário, por exemplo. Quando os dias eram dias, e não havia imagem do futuro no nosso presente. Nós apenas vivíamos. Hoje, estou prestes a licenciar-me e dá-me saudades desses dias que eram só dias, por outro lado, não há nada que pare esta minha sede do amanhã e do concretizar aquilo que planeio, junto daquilo que mais prezo e amo. E que sinto retorno e acolho. Estes últimos anos foram de felicidade plena, junto do meu passado presente e futuro, sorriso. Porque a vida deve e tem de ser aproveitada. Chegou um momento que pousamos tudo, e pensamos. Será que vale a pena ir por ali? Continuar a percorrer um caminho que não queremos? Eu parei, pensei e segui outro rumo. Não foi preciso procurar muito. Às vezes (e estou certa que é quase sempre) a felicidade está mesmo ao virar da esquina. E a minha é minha vizinha, vejam só. Por isso, e por todas outras coisas que também foram mudando na minha vida, eu aprendi a não precisar de nenhuma Emmeline para me disfarçar e escrever aquilo que gostasse que me acontecesse. Hoje escrevo com o meu nome próprio, Luísa. Porque nunca senti tanta vontade de ser eu como agora. E assim, do nada, as palavras voltaram a fluir e os dedos a cansarem-se... E tudo fez a ligação mais que perfeita.