5 de novembro de 2011

à Mariana


E se tenho o peito a explodir com frases que ecoam perfeitas à espera de algo mais para que se tornem coesas... quero escrever até que me pareça correcto e até que esta dor na cabeça se acalme, e que não esteja tão pesada nem tão cheia de coisas que eu não tenho como adjectiva-las. Vou escrever à espera que ela me oiça, escrever para a vida. Vou escrever para a vida, mas quero dar-lhe um nome. Pode ser Mariana, porque não conheço ninguém chamada Mariana e por isso, se as palavras forem duras não me vou sentir mal, ou triste com a dor que nelas deposito. Estou triste contigo Mariana, beijas a pele das pessoas quando elas te sorriem e não te dão problemas. Quando não te questionam o porquê de tantas vezes pecares, e quebrares as regras que eu pensei que fossem para sempre. Para sempre. Mas o teu tom de voz mudou, ficou frio e firme, parecias triste e magoada e achaste que a vida tinha de acabar mesmo para aqueles que nunca te quiseram preocupar. E eu achei sempre que podia lutar. Que quando estivesse triste devia lutar, por mim e por ti Mariana... que sempre me davas a mão para passear, até quando chovia naquela calçada ou naquele quarto vazio. Mas estavas comigo, sobre a minha pele, a dar-me de ti o que às vezes não espero. Porquê agora Mariana? Não queria que também tu me desiludisses e me deixasses pedras na mão quando te abraço com o peito e te julgo com os olhos que o amor possui. Levas sempre 5 segundos a terminar com aquilo que a rotina fez questão de construir. Mas se ainda se tratasse apenas de rotina... Para além dos sorrisos ao ver os filhos nascer, as lágrimas de felicidade, o amor de infância e o amor com se casou, a vontade de lutar para sobreviver e tudo o que temos dentro de nós que não conseguem levar nunca, mesmo que fique escondido ou tapado a metros sob a terra, que tão escura é. Tão triste e sozinha. E tu magoaste-me Mariana, nada havia mais em ti que me pudesse dirigir com mágoa até ao instante em que me mostraste que a vida tem de ser vivida segundo o fim. Tendo em conta que um dia o suposto paraíso pode chegar mais cedo do que o prevísivel e que quem amas não se vai lembrar disso mesmo, a menos que o digas. Que o amas. Que os amas. Com a força que nas pessoas mora. Não me magoes mais. Não termines viagem agora. Não agora. Devias gostar das pessoas de coração. Com coração. E amor.

8 comentários:

Anônimo disse...

Delicia pequena*

Anônimo disse...

dizes-me como se chama a musica de fundo do teu maravilhoso cantinho ? que maravilhoso texto , encantador..

claire disse...

uau está mágico

carina disse...

nunca pares de escrever. seria um erro

Rita Q. disse...

e ler as tuas palavras deixam-me sempre com um sorriso dos grandes :')
e ler-te é sempre o amor dos amores, nunca me hei de cansar de te ler. juro, juro.

mary disse...

:)lindo

mary disse...

és uma ternura

Maria disse...

A Mariana sabe sempre como gostar de nós. Porque a Mariana, ainda que seja um monstrinho oscilante, nunca possuí apenas um só coração.