São medos. E eu sou sempre tão pequena nestes 1.62 de altura. Sempre tão pequena mas sempre tão exacta em todos os retalhos... pois neles caibo perfeitamente. E sempre sabemos caber não é? O abismo sempre nos soa familiar quando os dias não têm pinga de cor. Não é? Somos todos os nossos medos. Melhor, todos somos os nossos medos. E os meus variam, dos concretizáveis aos gigantes que pesam mais do que o meu coração quando transborda magia. Mas ele transborda magia, e há dias em que me faz acreditar. Acreditar. Acreditar. No entanto, noutros deixo de saber naquilo em que estou a acreditar!? Por aquilo que estou a tentar acreditar. E desmancho-me. Porque sou boneca, e há quem me amasse e não de abraços. Há quem não saiba o valor das coisas, o tamanho das palavras nem o seu peso... nem o peso que acarretam e descaem sobre mim, sobre tantos. Sobre tantos. Mas eu tenho de viver isto da melhor maneira. Nem que para isso tenha de ouvir a música mais alta, para ela embalar as palavras que custam citar. Porque nunca ninguém adorou a sua realidade. Mas temos de nos deparar, sentar e avaliar. Esse não é o caminho correcto. Essas chaves não coincidem na porta dessa casa... por isso troca de casa. E levanta-te, encosta a cadeira e segue. Os medos vão lá estar sempre. Mas olha para ti? Para o ano já és finalista, e a licenciatura deu-te a conhecer mais do que o curso em que te formaste. Deu-te tanto. E não será por aí que fica. Dias maus existiram sempre, mas não faças disso uma vida má.
31 de agosto de 2012
27 de agosto de 2012
Muito Raquel
Ouvimos música. Para que o silêncio não seja só a minha vontade de não me pronunciar. Para que não se ouça a minha mente, quente e fria porque sou calor de inverno. Porque quero coisas que não dá para pedir, sem lutar por elas. Somos assim. Não sei bem se o vento, se as folhas já no chão... mas somos a instabilidade que vem muito depois do amor. Porque nesse contínuo a acreditar. Mesmo que só venhas de vez em quando. Mesmo que sejam datas longas e distantes, os minutos em que estás cobrem os momentos em que não és sequer. Mas há medo. Há medo. Às vezes sinto que sou o medo. Não sei bem porque o faço, mas não há ninguém melhor para me atormentar do que eu própria. Não há ninguém melhor.
24 de agosto de 2012
Cresço, não em altura mas em amor. E cada vez mais noto e acerto a quem o oferecer. Por gestos, por palavras, por saudades... E já nem sei se são saudades. Não sei se eram saudades, sempre que me ligavas a contar-me os teus problemas, e eu nunca te chorava os meus. Já não sei se era amor. Daqueles amores que não questionamos, porque não temos por onde. Sei tudo o que fiz. E sei que na vida, nada do que faço é para receber em troca. Porque nem toda a gente que me sorri... me sorri, de verdade. E considero que isso seja o problema. Se quiser sorrir, faço-o. Não o faço em 2 segundos. Demoro o tempo que for preciso. Porque o carinho não ocupa tempo. Mas devia ocupar sempre lugar obrigatório. Há uma pessoa que sabe o que sinto. Sou eu. E na vida, descobri que nada do que faço será honrado por tudo e todos. Mas que tudo o que fazemos, o devemos fazer como se alguém nos contemplasse... porque é bom ser-se contemplado. Apesar de não o querer de volta, o carinho não ocupa tempo nenhum. Aliás, ocupa. Aquele que for merecido e aquele que acharmos correcto. Mas já nem sei se era verdadeiro. E se eram saudades. Nem sei se era. Já pouco sei o que foi. E um dia... deixo de me lembrar.
19 de agosto de 2012
Despe-te. Dessas roupas que te apertam, desses saltos que te matam e dessas palavras que não são tuas. Despe-te do frio que sentes, quando a noite é quente por causa de tantas estrelas... mas que estão distantes, tão distantes. E tira esse batom vermelho. É mais querido o teu vermelho natural, de quando em quando aquando coras. E sabes brilhar mais quando és tu, do que quando és tu e esse lápis. Tu e essa consciência de que tudo terá de ser tal e qual tudo aquilo que queres. Mas despe-te, e esquece que a vida há-de lembrar-te. No momento certo e na altura adequada.
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