25 de fevereiro de 2012

esperança para toda a gente. Com muito amor, luisa

E ainda há tempo para espreitar à janela mais uma vez, só mais uma vez. Porque a verdade que não consegue enganar os mais sépticos é que a vida dói naqueles dias de saudade intensa, não de coisas nem de luxos, mas de almas que vestiam roupas para se agasalhar do frio e que iam à praia quando o sol assim o convidava. É porque isso é simples, é o exacto. É a nossa história, que todos os dias julgamos ser diferente de tanta gente... mas nós somos essa tanta gente. Tanta gente a quem a distância provoca comichões sentimentais, naufragadas em calafrios e lágrimas meio nocturnas aquando sonhos... só sonhos. Porque somos sonhos. Exactamente os sonhos daquilo que queremos ser. E já a psicologia confere que só existe desilusão por não aceitarmos que as coisas não serão tal e qual aquilo que vagueia no nosso pensamento, algures no imaginário ridiculamente idealizado. A verdade, somente a verdade, é que existimos para sermos aquilo que somos, como nascemos e como as circunstâncias nos moldam. Existimos, porque tal como diria a minha querida Joana foi-nos dado este lugar. Só precisamos de lutar para o mantermos connosco. E eu acredito. Acredito que não precisamos de mais nada, um chá ou umas bolachas, beijinhos madrugadores e conversas de estalar emoções... Mais nada a não ser o simples. Sem vivermos nessa zona, que está ao nosso alcance não cair. O abismo que toda a gente ouve falar. Para mim são mais dias com nuvens, que podemos perfeitamente guardar o sol quando ele chegar debaixo da almofada e acordar a brilhar. Olhar pela janela e perceber que a roupa e a conjugação de modelos, marcas e cores só fará com que a borbulha no rosto seja quase nada... só fará com que de nós só sobressaia o estilo que adoptamos e não os livros que lemos. A poesia que escrevemos ou a música com que vivemos. Não fará de nós melhores pessoas fumar e deixarmo-nos pelo álcool. O único motivo que o conseguirá, é sermos nós. Tão simplesmente nós. Apaixonadamente distraídos, ou sonhadores oprimidos, ou até quem sabe preguiçosos mágicos. Todos temos alguma coisa para dar, mais do que sermos bons a receber. Todos somos, porque todos existimos. E demore o que demorar, quando chegarmos a essa conclusão até as flores do jardim da tua casa irão parecer mais bonitas.

7 comentários:

ines disse...

És provavelmente das pessoas mais bonitas e maturas que "conheço"

Gizelle disse...

Belo texto moça...

mary disse...

és sempre um amor. um amor tão grande que dá vontade de agarrar!

joana disse...

tenho vontade de guardar todos os teus textos e lê-los quando me deixo ir nos dias de nuvens. sabes,isto é a minha terapia

Maria disse...

Cá estou eu a sorrir para o monitor do computador porque as tuas palavras são tão... aconchegantes. Não estou triste luisinha. Mas às vezes a revolta assombra-me. Não gosto do que vejo à minha volta, sabes? E depois lá fico eu a observar o mundo e a querer mudá-lo porque, oh, não seria assim tão difícil de ligássemos mais aos detalhes. Já te disse que és linda, hoje? (fiquei com vontade da tua companhia nas guerreiras, que foi algo que surgiu não sei bem como, mas é amoroso e amorosa também és tu...)

carina disse...

sempre fantástico

Mariana Santos disse...

sempre mágica, sonhadora e carregada de força e de vontade nas palavras...sempre maravilhosa