4 de março de 2013

Chamava-se... não me lembro do nome dela. Acho até que não tinha nome, e se tinha cabia em todos os recantos que o amor refugia. E cabia tão bem na vida... Não era grande mas pensava alto, e os seus sonhos, esses, não ditavam o seu tamanho mas sim a sua vontade. Eram sonhos de papel, manuscritos que a ninguém cedia. Eram dela. Foi ela que os criou. Até que um dia, como em todas as vidas, ela percebe que as quedas são para todos e que não existe nada mais negro que a escuridão do chão. Tinha sido ele. O destruidor de sonhos. De todas as quedas ela guardava uma lição, a de quem lhe roubava os sonhos o fazia porque apenas nem vida tinha para criar os seus próprios sonhos de papel. E ela sentou-se, pegou numa folha e balançou a caneta... como se da escrita de uma melodia se trata-se. Mas não. Inventava mais um sonho de papel, porque amor é saber que os podem quebrar mas esperar que isso não aconteça. E se aconteceu, então não era amor. Aí encheu a boca com um sorriso e passeou as ruas felicidade. Tentando para sempre.

Tão profundamente Claire

3 comentários:

Inês disse...

"... como se a escrita de uma melodia se tratasse" - adorei. está maravilhoso e sonhador.

disse...

Um texto cheio de esperança e que, no final, nos faz querer ser assim também.

Great, como sempre.
Um beijinho, sweet Lui.

Iolanda disse...

tão bonito... que doces os sonhos de papel :')