17 de abril de 2013

carta a mim mesma

Estou feliz,
luisa

Estou feliz. Sinto me tanto, que tanto é tão pouco
Há alturas na vida que nada nos soa melhor do que morrer. e é isso que a vida se torna: numa morte constante. Foi nisso que a tua vida se tornou. Morrias todos os dias e pior de tudo, deixavas te morrer. Era como se aquele lugar fosse melhor, menos barulho menos palavras menos dor
Porque as palavras matavam te e a falta delas também. Porque na verdade elas nunca foram bem usadas, nunca foram bem ditas nem nunca foram bem acompanhadas. Mas tu só querias estar ali mesmo sabendo que o teu lugar nunca tinha sido aquele. Tu sabias e mesmo assim só querias ser feliz, mesmo que isso te custasse a própria felicidade
Mas há alturas na vida que tudo que foge nos dá medo de perder, e eu quase perdi e deixei me perder de coisas que de nada me garantiam sorrisos. Que nada me garantiam
E do nada fiz tudo e estiva tanto a nada de ser tudo.
Tanto que agora o meu corpo se embala pelas ruas do lugar onde sempre me reconheci, onde as palavras não aleijam, onde os sorrisos são queridos e dados. No lugar onde eu sempre soube que pertencia e que finalmente o provei.

Que delicia viver assim,
luisa inteiramente luisa




5 comentários:

Anônimo disse...

"Porque as palavras matavam te e a falta delas também." tão isto...

han disse...

oh, e que delicia de texto, delicia!

Joana disse...

lindo lindo, adorei!

Anônimo disse...

palavras maravilhosas, que texto minha querida*

mary disse...

fazia-me falta vir aqui, doce emmeline