29 de julho de 2011

Não vás já embora


Agarra essa ponta de vida que há nos teus dias e deixa-te ser guiada pela força da luz que te aquece os sentidos. Deixa-te levar, não te deixes ficar rendida no sossego solitário, deixa-te somente levar. Não te deixes ficar. Não cortes as tuas próprias asas, pequeno anjo. Deixa-te ir, agarra-te ao que puderes, agarra-te a ti, à força que bem no teu interior nasce a cada sorriso. Agarra-te. Agarra-te ao amanhã, e dorme por cima do dia que passou. Agarra-te, há sempre por quem viver. Vive por ti, agarra-te

27 de julho de 2011

Raquel em dias frios

E todos os dias aprendemos, sozinhos ou com alguém. Chegamos a conclusões sem factos, sem argumentos, apenas conclusões cheias de vontade e desejo de acontecerem. Parece-nos tudo surreal, vivemos e exigimos demais de nós e de quem nos rodeia. Construímos futuros risonhos em cima de pessoas, e esquecemo-nos que de nada nos são obrigadas a dar ou recompensar por todo o amor - quando o há. E chega perto a desilusão. Tira-nos o folgo e mata-nos dia para dia, porque é escura e deixa-nos cega. Caímos, tropeçamos. E não deixamos os erros para trás. Continuamos adormecidos, no chão que é a desilusão. As mãos vão à cabeça e perguntamo-nos mil vezes onde nos fomos meter. Mas as respostas não chegam, o abismo não tem nome. Sem nome mas com a forma dos nossos dias, tão tristes e desoladores. Sempre à espera, sempre à espera... À espera que alguém volte pra casa, e que nos abraça. À espera de voltarmos a ser importantes,e desejados. À espera de tudo. Sem sequer querer saber que viver não pode ser deixado para segundo plano, que sobreviver é morrer a cada minuto, que sorrisos guardados são jogados no lixo, que o inevitável está previsível e guardado no coração. Sem sequer querer saber do inesperado. Vivemos ansiosos, à espera de tudo. E aí a vida não pula, não avança. Não nos surpreende. Porque estamos demasiado crentes, demasiado confiantes, demasiado futuristas, demasiado convencidos que o mundo é nosso e faz o que queremos. Mentira. É aí que todos caímos. Sem excepção, caímos todos. Perdidos, tão perdidos. E talvez a vida esteja à espera de nós, menos do que nós esperamos dela. Talvez a vida não exija tanto de nós quanto nós teimamos exigir dela - custe o que custe. Talvez o inesperado seja a melhor coisa do mundo, e saber respirar até ele chegar seja a melhor atitude que possamos tomar. Embora custe, embora seja fácil escrever e ditar o que melhor seria pra nós que pisamos a desilusão, é sempre de extrema violência exigir que tudo aconteça aos nossos pés, rápido à força dos nossos desejos. Saber esperar, ser-se paciente é o segredo... Mesmo que a saudade acorde contigo todos os dias. Mesmo que a saudade acorde comigo todos os dias.

25 de julho de 2011

Nunca olhes para o passado, mas se o fizeres que seja para não voltares a cair nele

16 de julho de 2011

Esta sou eu a sorrir com o coração apertado de saudades. Agora,como pequeno pássaro, vou repousar. Volto daqui a uma semana, beijinhos com amor

12 de julho de 2011

Às vezes é preciso sufocar

Sei que nada se perde. Mesmo que os dias percam metade do sabor que os fazes ter, mas nada se perde. Nunca ninguém me fez crescer tanto. Às vezes sinto que penso demais, que escolho tempos e pausas para respirar, e que modero momentos para sorrir. Demoro a perceber que sofro por pensar só em mim, e em como tudo tem de sair perfeito. De como tudo, vindo de mim, tem de cair que nem rosas leves nas pessoas que me rodeiam. E nunca paro para pensar que as pessoas fazem o tempo, e que o tempo faz a importância que elas de mim merecem. Esqueço-me tantas vezes de ser feliz, só por mim. Feliz porque existo e porque nunca fiz sofrer ninguém, feliz porque dou a mão quando eu preciso de um corpo inteiro para me salvar. Feliz porque conheço as pessoas certas e não deixo chegar perto quem não me quer bem. Feliz por ter valores, por gostar de flores, pela maturidade saudável que conheci, pela música que ouço, pelos passeios que faço, pelos caminhos que não retorno: sigo sempre, pelos meus pais, por coisas que me são, somente – e tanto – me são. Não te esqueças, Luísa, que os pequenos anjos precisam de se tornarem diabos, precisam de pisar o inferno, precisam de sofrer para dar valor às asas que têm, à sorte com que nasceram de poder voar, sem nunca pisar ninguém. Não te esqueças que o amor não é de sorrisos extremos. Que o amor não resulta se o desejo ultrapassar a cumplicidade, nem se deixares de atender chamadas a meio da noite por desconfiança. Lembra-te que a vida tem voltas, e voltas, e voltas. E tudo volta, tudo fica, tudo vai. Tudo se parte, tu toma rumo. Tudo faz rir, ou tudo faz chorar. Lembra-te de amar a vida e aprender com ela e contigo. Aprende contigo que a felicidade vem sobretudo de ti, dos teus olhos a sorrir, das tuas noites sem dormir – apaixonada. Lembra-te que vais ter sempre quem te limpe a cara e peça para não chorar, lembra-te que não te deves culpar tanto. Lembra-te de me sorrir, meu amor. O meu coração fica do tamanho da areia, e eu construo sempre os palácios perto do mar, e rápido são sugados pela água. Selvagem. E eu doce. Com medo. Encolhida. Com incertezas. Eu sem nada, eu com tudo. Eu vazia. Eu: um traste. Eu feliz. Eu sozinha. Eu desaparecida. Eu fugitiva. Eu nunca mais. Nunca mais. Lembra-te de mim, Luísa, não te esqueças tanto de mim. Não te esqueças tanto de ti

10 de julho de 2011

Oh Claire!

Olha, é a Claire, a tua, e estou aqui como nunca estive tanto para ninguém. E vou ficar,como os pequenos pedaços que deixas para trás e que ficam... eu fico também, vou estar entre o amor e cumplicidade. E entre a tua mão e a minha, fica guardado tudo o que vivemos, bem aconchegado para nada se perder. Fico aqui. Continuo a querer-te, continuo a ter espaço para ti na nossa casa, e continuo a traçar-te traços felizes e leves de quem diz que me adora. Continuo a cuidar de ti,vou sempre cuidar de ti. Continuo

6 de julho de 2011

Querida Margarida,


Consola-me saber que o melhor de ter o coração partido, é ter alguém como tu a juntar os pedaços. Fica por perto.

4 de julho de 2011

O ciclo vicioso


o meu corpo toma a proporção não desejada quando o diafragma se envolve nos piques dos meus ataques de ansiedade. eu suo e a seguir congelo. fico sem ver, sem me mexer, sem conseguir soletrar nada que tome sentido algum. existem apenas pequenas luzes, que perfuram a alma a tentar fazerem-me dançar mas cedo se apagam. o vento corta-me os lábios e as minhas mãos estão já roxas. até que me diriges a primeira palavra, depois o primeiro passeio e depois um beijo com medo mas seguro. vamos e voltamos vezes sem conta ao céu. ao nosso. puro. a vida respira felicidade por todos os poros, não há sinais de impureza sentimental, ou de factos contra factos. corre tudo como se um sonho fosse. nas nossas mãos. um sonho moldado e recriado vezes sem conta por nós e pela nossa mente. um dia chegas a casa e o meu sorriso não te consome nem chega a ser necessário. o bom dia não existe. assim como a presença incondicional. deixa tudo de ser verdade, para passar a ser real. e o meu corpo volta a tomar a proporção não desejada, tanto quanto dê para me sufocar fechada em quatro paredes sem janelas. os pássaros perdem as asas, e eu perco o nosso tal céu. deixo-me rendida no abismo total.. deixo-me morrer à espera de quem me faça ressuscitar de novo. deixo-me no álcool, deixo-me na droga, deixo-me no cansaço e deixo-me em mim:podre. fria. terrível e cega. deixo-me e não sei de mais nada. de mim. ou de ninguém. fica a frase a ecoar dentro da cabeça "para sempre"- dito pela cara mais teatral que pude conhecer. fazemos um filme e somos a plateia, batemos palmas e morremos naquela cadeira. sozinha. morri sozinha dentro de mim.

O ciclo vicioso, diário do abismo

3 de julho de 2011

sou profundamente eu

demasiado Claire

apenas compulsivamente Raquel

gosto de ser a Emmeline das histórias

a luisinha dos vossos corações

contudo, sou profundamente eu

2 de julho de 2011

- Tenho calor.
- Queres subir? As nuvens parecem fresquinhas.
- Sem medo de cair? Quero.
- Sem medo de cair...
- E quando assim o é, não tenho mesmo medo de subir ao cimo até tudo ficar mais frio, baço e algo pouco protector. Não tenho medo de cair a pique. Cá em baixo esperam me os teus braços, esticados e prontos para uma queda.. perfeita.
- Nunca tenhas medo de cair...
- É é isso que fazes. Não me aparas os jogos nem suportas totalmente todas as quedas (porque nem todas são necessárias) mas ensinas-me a cair melhor. A ter confiança na altura que subo e nos sonhos que pretendo ou não atingir.
- Sem medo...
- Fazes-me esquecer o quão de porcelana eu sou, e quantas vezes me desmancho a chorar por coisas.. oh, só por coisas. Fazes-me esquecer. E fazes-me cair, e contigo gosto de cair. Porque não fica a mágoa, ou o arrependimento. Fica a vontade de me pôr de pé, de limpar as lágrimas que não deixas sequer chorar, fica tudo o que de melhor me torno: tua.
- Nunca tenhas medo...
- Chegamos?
- Nunca daqui saímos. Nem vamos, eu prometo.