30 de outubro de 2011
28 de outubro de 2011
Ninguém sabe quantas vezes ao dia me apetece recolher me em ti e desligar me de tudo o que não é completamente necessário e que posso simplesmente deixar para depois e guardar no bolso. Ou quem sabe recolher me em ti para esquecer que tenho conversas de elevador todos os dias, à entrada de casas que ainda desconheço. Sabes o que é estar rigidamente gelada? Com paredes ocas e quebráveis. Tão frágeis que tenho medo que me toquem, que me falem ou me peçam um abraço. É aí que eu sei que moraste sempre nos meus sonhos. E é aí que queria recolher me em ti. Um beijo, meio quente. Mas...
Raquel
24 de outubro de 2011
paredes vermelhas quentes
Se o mar fosse no céu eu tinha a certeza que eras possível e que os deuses descem ao infinito solo dos aventurados e persistentes que gostam, tanto quanto dê, de se manterem vivos. E tu virias do mar, pelo salgado da tua pele e até do teu tom de voz - por vezes, mas também vinhas do céu porque trazes paz e tudo o que com ela nasce e me faz feliz porque sei... Apenas sei. Dentro de mim, que estou em ti. Só que apesar das certezas ilusórias - mas ainda assim queridas e adoravelmente idealizadas - tu sais ao contrário. Do lado errado, do inesperado e, portanto, surpreendente, do divino erro que é esperar certezas... Tu nasces aí. Vives tanto à pássaro, não gostas de ter um lugar nem um uma hora marcada. Nem um lugar para viver. Gostas de pousar onde te parece seguro. O teu lugar pode ser aqui, se formos dois a imaginar uma casa com paredes vermelhas e com espaço para vivermos para sempre juntos. E podia ter apenas três divisões, podia ser tão pequeninha quanto quente - desde que o fosse. Podíamos viver do mínimo se vivesses para sempre ali dentro, na casa que fazes lar... na casa que fazemos lar. O teu e o meu coração. De paredes vermelhas, como a casa que podíamos os dois imaginar como o único lar que nunca iríamos deixar de reconhecer. Mesmo que encontrássemos no caminho até lá, casas de todas as cores. Gosto de ti
20 de outubro de 2011
Se o amor fosse o tempo eu gastaria o meu futuro contigo. Com todas as tuas virtudes ou mesmo a falta delas, mas ficaria aqui como se nunca tivesse deixado de estar. Algures longe, não sei bem onde mas persiste apenas a certeza que és a cara da minha felicidade. Que o mar beija-te a pele como eu te abraço o peito. Que o sol te deixa leve e harmonioso mas que o coração é assunto polémico. E se o amor fosse o tempo, era assim que te começava a ter em mente, dia para dia, como quem conhece o caminho para casa até de olhos vendados. É como tocar-te sem ser preciso um toque muito exagerado, e viver na plenitude sem nunca ser preciso um barco para nos salvar. Às vezes acho que somos feito um para o outro desde o momento em que vivemos só um. Em que nos fundimos. Em que não existe espaço para sermos cada um, mas apenas um do outro. Sempre que precisares mim, da minha beleza, das minhas palavras e da minha harmoniosa vontade de te amar... a porta do meu coração é a tua porta da frente. Não existe código. Desde que passamos a existir nós. Até que o fim nos dite o futuro presente.
14 de outubro de 2011
Quando acordo e o teu corpo me cobre como uma casa de paredes fortes e acolhedoras, suaves e quentes... quando há dias assim eu costumo subir os degraus devagarinho, pedir permissão ao destino que nos deixe quietos nesta troca de gestos, e neste medo mútuo de quebrar o que nos parece perfeito: o silêncio abrasador das manhãs de inverno. Quando acordo contigo a meu lado nunca somos dois deitados numa cama. Somos sempre um. Sou sempre eu, menor do que o teu amor e maior do que qualquer quantidade de algo que se diga por palavras inventadas não sei onde, quando, porquê ou por quem. Quando me aqueces os pulsos ao pegar-te em frases perfeitas e harmoniosas que nunca se desfazem no meio do chão... quando há dias assim eu descubro mais um bocadinho o inevitável amor que sinto por ti. A doçura que não vai só porque tentamos escondê-la. Só porque queremos ser racionais, frios e vazios. A doçura está sempre lá. Tal e qual como tu sempre estiveste. E quando acabo de subir todos os degraus, perco-me no labirinto do teu coração. A diferença é que nunca quero encontrar saída. Nunca. Para sempre
9 de outubro de 2011
Flutua
Tens de saltar a vida e os seus buracos inesperados. Tens de crescer, encontrar as manhas do destino e do caminho que tens ainda para percorrer sem nunca achares que já as conheces como quem sabe que o sol nasce todos os dias. Tens de te dar, mas guardar-te em todos os momentos. Tens de falar com palavras mudas, e mostrar que amas alguém sem ser preciso gestos excessivos. Tens de ligar aos teus amigos, e descobrir que quem sai da tua vida é porque não merecia fazer parte dela. Tens de ir dar um passeio, e não precisas de ir de mão dada com ninguém. Tens de ser feliz e sorrir num beco sem saída, mesmo que as lágrimas batam à porta vezes sem conta. Tu só tens de ser tu. Não mais ninguém. Nem para ninguém. Tens de te deixar fascinar, sem que ninguém te domine. Flutua... sem cair
2 de outubro de 2011
1 de outubro de 2011
Ter certeza.
Tenho medo. Mas acima disso eu tenho certezas que não se desmoronam. São certezas doces, e frágeis. Porque eu sou frágil. Mas firmes, porque eu tenho a certeza. E ter a certeza é ficar. É esquecer-me do tempo e dos limites que ele nos impõe. Ter certeza é dar-te a mão, segurar-te os braços e sentir os teus lábios como a melhor coisa deste mundo. Sentir os teus olhos a pousar na minha cara, quando adormeces perfeito embalado nas minhas carícias. Ter a certeza é fazermos uma viagem por caminhos infinitos e desconhecidos e ainda assim termos na nossa cabeça o caminho de volta a casa. O coração um do outro. A nossa casa. O que nos une. Mesmo em dias menos quentes, mais nublados... ter a certeza é ver o sol escondido atrás daquelas nuvens tão escuras de vez em quando. Porque ter a certeza não são palavras, são gestos. São toques. São dias, semanas, meses. São o tempo que for preciso. Certeza é lutar. Certeza é querer. Eu encontrei a minha certeza mais bonita de todas. Eu encontrei-te.
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