29 de outubro de 2012

Dias de Raquel


Chega um momento que a roupa pode ser qualquer uma, mas sem pareceres assim muito desleixada... a base não existe, muito menos o corrector de olheiras. Existe só as boas noites de sono, quando as pode haver. Chega também um momento, que o sofá parece tão boa opção em relação aos livros para estudar. Chegam os dias em que a chuva chega a fazer sentido, tal como a vontade de não gostares de ti. Torna-se normal. E chegas mesmo a aceitar o inaceitável. Depois é a cor do cabelo que não combina mais, são os kilos que embaraçam, a camisola que não ajusta e a mente que anda à justa. Presa. Mas a flutuar. Em banho-maria nos problemas que não foram resolvidos. Porque nós somos, seremos sempre, problemas por resolver. Uns em cima dos outros. Uma escada... mas que já não sobe para topo algum. Amamos por amar, as palavras saem porque é bonito dizê-las. Não fazemos porque cansa, não subimos porque é longe. Somos balões com medo de explodir... porque isso é para fracos. E nós não, nós só somos isso mesmo..fracos.

21 de outubro de 2012

"palavras não amam"

Então é assim, meu amor. Sabes que não te vou chamar sempre de amor, porque não quero gastar a palavra nem te quero gastar a ti. Porque as palavras não amam, como já ouvi dizer. E sendo assim, sabes que sou do equilíbrio... mas que se precisar de te pedir desculpa, corro os km's que forem precisos, mas caso contrário, se o erro for teu, não darei a mão à palmatória e ficarei o tempo que for preciso a tentar deixar-me ser tua novamente. Porque na verdade, estas viagens de ida e volta têm sempre um senão: a maneira como voltamos. Diferentes, mais apaixonados, iguais e com o mesmo sentimento. Mas se me conheces, sabes que somos sempre mais. E chegam a não haver palavras. Fico tão feliz por isso, porque no dia em que as houver e que tudo elas expliquem... deixamos de fazer sentido pois nada mais precisa de ser descoberto. Ainda bem que somos o que somos. Ainda bem que ainda não precisamos de muitas palavras, pois repito: palavras não amam.

Completamente Claire, completa. 

14 de outubro de 2012

13 de outubro de 2012

já que é fim-de-semana, que seja bom

Nestes dias que não se percebe muito bem o tempo que faz lá fora, o sofá é sempre opção. E seria na mesma, caso soubesse o tempo que fizesse lá fora. Porque há dias e dias... e apesar de não ter a obrigação de ser feliz em todos, não devo desperdiçar o tempo com sorrisos mascarados, e olhares enganados. Mas existe sempre esse momento. Ou porque chego a casa e não me apetece voltar, ou porque volto e não me apetece ficar (o que não é a mesma coisa que a anterior) mas há sempre ponta de mim que cede a isto... à fraqueza. Fico feliz pela minha fraqueza não atenuar com álcool e tabaco, mas sim com chocolate ou com amor ou a escrever cartas para a Madu. Mas são opções... e as minhas hão-de ser sempre só minhas, eu no meu sofá, no meu vagar e nesta calma que os quase 19 e os fim-de-semana ainda me permitem. E amanhã, Domingo! Já escrevi cá sobre os domingos e sobre como eles são enfadonhos. Só ainda não tinha escrito como aprendi a não os detestar. Tenho vindo a aprender já lá vão dois anos. Pois é. O tempo passa tão depressa. Não sei quem vai ler este pedaço da minha cor de amor, mas quem ler vai perceber que estou a fazer aquilo que não costumo: dar de mim. Melhor, eu dou de mim nas palavras e nos carinhos que retribuo... Mas nunca dou muito de mim, da minha realidade. E este cantinho já foi menina, e parou na minha cor de amor, ainda assim acredito que haja quem se lembre de ambas e quem também nunca tenha visto um sorriso meu. Aqui fica um pedaço que mostra muito de mim, para todos os sobreviventes que continuam a visitar-me. Eu simples,eu sorridente, eu brinco na orelha e sorriso na boca

2 de outubro de 2012

o tempo

O tempo não acolhe quem tem medo. Não espera por quem não sabe se quer vir. Muito menos aguarda pelas palavras perfeitas. O tempo. O tempo. Eu e todos. Todos e eu. Aí sou pequena... mas ainda assim, o tempo não espera por ninguém. Não faz de ti a sua história preferida,por isso não te irá viver nem aparar as quedas quando elas existirem. Mas cai. Deixa-te cair. Porque o tempo não espera por ninguém, mas isso faz aprender como curar as feridas. Como voltar a pôr um pé diante do outro e voltar a caminhar até encontrar aquilo que tantas vezes ficou por dizer. Mas ele não espera mesmo que haja tanto que dele dependa.
Acomodo-me no banco e continuo...
E mesmo que hajam coisas que dele dependam, aprendem a sobreviver sem ter de sobreviver. Vivem. Esse termo que quase ninguém sabe por quase ninguém querer. Por só quererem o que está, o que é, o que está perto, o que é fácil. E o tempo não resguarda esses, que não sabem nem querem saber. Esses que a vida é o virar de costas quando ela nos parece de costas voltadas para nós. Mas não- Nunca está. Tudo lições, eu acredito. Assim como quando me levanto, piso o chão e quase toda a força que o meu corpo exerce sobre os meus pés, me pesa na cabeça... me pesa no coração se não quiser que a dor passe, se não fizer por isso. Porque temos de continuar. Juntar todas a quedas e repeti-las se necessário, para perceber que o tempo até aí não parou para nos ajudar a levantar. Mas que de uma forma, ou de outra, nos ajudou a aprender a levantar. É só deixar...e só querer.