29 de janeiro de 2012

"A verdade é que as borboletas não desapareceram, muito menos o teu perfume. Naquelas idas ao correio, para te contar letras de amor, que te escrevo mas que te conto pela minha própria boca... com beijos cintilantes que na altura não sabia se brilhavam o suficiente para que te rendesses na vida que hoje fazemos, e que não deixámos mais quebrar. Porque a verdade é que o meu lugar preferido da nossa casa, é a porta, quando te esqueces das chaves e eu te recebo com o meu melhor sorriso e com a minha maior vontade de te viver para sempre. E o desejo escondo-o, as lágrimas recolho-as para um dia mais tarde, as palavras feias faço com que voem para longe, e a vontade de fugir faço com que volte noutro dia. Um que não exista. Mas faço de mim tua, para podermos ser um do outro. Num mundo que eu não deixo de acreditar. Num mundo que eu não quero deixar de acreditar. Num mundo que para mim existe. Tal como as canções de amor ainda me fazem tremer. Tal como os poemas melódicos que me fazem rodopiar. Tal como os dias de sol que não mais são do que lembranças tuas. Lembranças que farão sempre parte do meu caminho, por onde passe estará a pastelaria envolta em espelhos de carinho, que retribuíam amor, e também aquelas escadas enquanto dormias e não vinhas. Estarei eu em cada pedaço teu e estarás tu em cada pedaço meu... quando nos tornarmos estilhaços. Num dia que neste mundo eu não acredito que exista." Claire ano mil

27 de janeiro de 2012

Claire

Os passos, esses, não precisam de ser exactos nem contados para o caminho ser perfeito. Porque o caminho só será perfeito se as nossas rotas se cruzarem, naqueles dias onde não sabemos contar as horas, e muito menos os passos que faltam até à porta de casa. Que ainda fica longe, e a muitas horas frias. Mas lá vive-se quente, tão quente. E tão feliz. Vive-se tão feliz. Custe o que custarem aquelas viagens que pedem chocolate e por favor, prédios de algodão para subir de leve e tocar nas nuvens. As nuvens que hoje tanto olhavam para mim. Mas que até lá custa... embora se viva tão quente lá, e tão tão feliz.

19 de janeiro de 2012

Às vezes acredito que os anjos me seguem, e um deles és tu


Não me lembro se foi a noite que começou a ficar pequena demais para mim. A única coisa que não consigo apagar da memória é esta vontade de viver que eu tenho e que eu expresso num impulso que surge na ponta dos meus dedos. É magia ou estabilidade. Sei que as paredes transpiram inspiração. As paredes da minha alma. É como voar

14 de janeiro de 2012

Tão viva a cor dos meus dias

Ainda virão os dias onde as palavras não magoam peles alérgicas a coisas insignificantes...mas que por vezes não recaem sobre nós assim tão insignificantes. Muito pelo contrário. Tomam proporções, que nem bolas de sabão gigantes, que nos envolvem e ao mínimo toque mal planeado, nos fazem cair por terra sem aterragem à nossa espera. Sem chão seguro. Falso. Um chão tão falso. Dias tão falsos. Pessoas de gestos tão falsos. Mas eu criei este paraíso, onde a vida ainda não me quebra o silêncio com choros. Onde o chão ainda é de verdade. Mas ainda mais sincero, é o céu. Eu criei este paraíso, onde as canções de amor ainda existem porque eu acredito nelas. Eu criei este paraíso, porque eu acredito que possa viver aqui. Sem morada. Mas com casa. Um coração que não dou, mas que amo. Uma vida que amo, mas que partilho. Este é o meu paraíso. Porque eu acredito.

13 de janeiro de 2012

tons


Com todas as cores te pinto, para que o desenho nutre a harmonia perfeita dos tons. Tons a amor. O teu tom é o amor. E eu deixo-me ser para sempre tua tela.

6 de janeiro de 2012

porque as há. Pela Raquel

Há palavras que são estalos. Há acções que são teatros. Há momentos que são cínicos. Há sorrisos que são irónicos. Há verdades que são escuras. Há escadas falsas. Há abraços pequenos demais. Há pessoas que não são pessoas. Há coisas que eu faço questão que nunca sejam só coisas. E outras, que quero mesmo que por aí fiquem. Porque tudo dura o tempo que é necessário, para que um dia o corpo não se esqueça dos caminhos que precisa pra voltar. E há pessoas que partem sem saber que deixaram mais do que deviam, durante a viagem, que chega a ser nada. Chegam a ser nada. Há pessoas sozinhas. Há pessoas que não são pessoas.

4 de janeiro de 2012

a toda a gente que não acredita na vida

Podemos começar. Espera, começar uma coisa que não queremos ver a porta do fim? Como entrar num quarto branco, onde as únicas paredes que existem são as do infinito. Pois então que sejam. Deixa-te estar. Esse lugar é teu. Este lugar é teu, conquistaste-o. Porque chegas a casa e deixas sempre a porta aberta, para que possa entrar alguém contigo. Melhor, para que alguém não fique sozinho à espera da incerteza. Porque esperar pela certeza nem sempre é tão entusiasmante, ou mágico. Espera com alguém a dúvida, e deixa a ternura do que não se espera vir bater à porta na maior surpresa do dia. O melhor momento. A incerteza. Mas agarra este lugar. Vive-o e partilha-o com alguém. Vive e dá pedaços teus àqueles mais baços,mais frios, mais...menos. Dá-te. Confia. Este lugar é teu, foste tu que o conquistaste.

1 de janeiro de 2012

tantas cartas de amor



Guarda-a, junto das restantes, na caixa que compraste naquele antiquário há uns tempos para cá. Mas não guardes só a folha - já meia machucada, e com a letra tremida porque a escrevi durante a viagem no metro antes de chegar ao pé de ti, e dessas tuas quentes mãos... donas desses braços cheios de saudades - guarda o amor com que a escrevi e que lá não quero que fique. Claire dos teus sonhos. Os meus sonhos.